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10º Congresso é território Victor Vala

by Rafael Cavadas last modified 07/05/2012 17:42
Secretário municipal de saúde do Rio e coordenador nacional da Rede homenageiam pesquisador emérito da Fiocruz, durante abertura

 

Quando o grupo “Retreta do Apocalipse” ocupou o auditório do Centro de Convenções, na noite do dia 06/5, estava claro de que se tratava de uma abertura especial. Os bandeirões, os músicos e palhaços, os artistas de rua e atores que corriam por entre as filas de cadeiras “acordavam” o público inspirados em Paulo Freire. Em pouco tempo a festa estava pronta. Para comemorar o quê? Os mais de onze mil autores de trabalhos, as mil e quinhentas horas de atividades científicas e os cinco mil inscritos que transformaram a décima edição do congresso no maior evento sobre educação e saúde já realizado pela Rede Unida. E, para marcar tal feito, na abertura, o secretário municipal de saúde e defesa civil da cidade do Rio de Janeiro, Hans Dohmann, e o coordenador nacional da Rede Unida, Alcindo Ferla, decidiram transformar o espaço do Congresso no Território Victor Valla, em homenagem ao pesquisador emérito da Fiocruz.

A presidente do Congresso, Márcia Regina Cardoso Torres (assista ao vídeo), foi responsável por abrir a cerimônia e dar boas vindas aos congressistas. Emocionada, Márcia agradeceu a contribuição de todas as regiões do país e de diferentes segmentos na construção da programação do congresso e refletiu sobre seu crescimento pessoal após aceitar o convite para presidir a 10ª edição do Congresso.  Já o Coordenador Nacional da Associação Brasileira da Rede Unida, Alcindo Ferla, enfatizou a potência de aproximação com os governos, universidades e todas as entidades representativas; e ressaltou a participação de todas as regiões do país e dos convidados internacionais que se integram em atividades de cooperação mútua.

Presente na abertura, o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Hans Dohmann, chamou o congresso de Festa da Saúde pública por trazer à tona temas essenciais para qualificar o atendimento à população. Dohmann reconheceu que muitas das transformações que já ocorreram nos serviços da cidade foram geradas a partir da troca de experiência proporcionada durante o período de construção do 10º Congresso. Ao terminar sua fala, o secretário convidou os participantes a acompanhar visitas guiadas que sairão do Centro de Convenções ruma a unidades de saúde da cidade para conhecerem o trabalho.

O diretor do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Hêider Aurélio Pinto (assista ao vídeo), chamou a atenção para a importância dos agentes que compõem a Rede Unida pela dedicação em trabalhar em conjunto a produção de conhecimento para a saúde. Ele falou da integração entre diferentes universidades e entidades coordenados pela Rede Governo Colaborativo em Saúde para desenvolver o Programa Nacional de Avaliação da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), que pretende fazer um mapeamento dos serviços em todo o país para qualificar o cuidado e capacitar os profissionais.

O público se emocionou com a mistura cultural durante a execução do Hino Nacional Brasileiro, executado pela Liga dos Cantantes do Alemão e do Grupo Fina Batucada, de deram pitadas de guitarra e da percussão de samba para dar um clima muito especial de brasilidade à abertura.

Assista a execução do Hino Nacional.

A participação impulsionando a saúde

O assessor da Presidência da República, Selvino Heck, sinalizou as mudanças internacionais que estão fazendo as comunidades se voltarem para a participação para não perder direitos diante da crise econômica mundial. “O SUS tem se consolidar como um espaço de defesa dos direitos que ampliam o conceito de saúde. O desafio é fazer a mudança em rede. Mais que saúde do corpo que seja defendido o direito à dignidade, ao respeito, a ser bem amparado. E só conseguimos isso trabalhando em conjunto”, apontou Heck.

A aproximação entre educação, saúde e participação foi destaca pelo presidente da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Luiz Facchini (assista ao vídeo), que também participou da abertura. Facchini frisou que tal articulação é estratégica para um país que está conquistando muitos espaços no campo político e econômico no cenário mundial, de forma que a população também se beneficie desse momento. E a Superintendente de Atenção Básica da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Mônica Almeida, destacou a trajetória construída nos encontros regionais que deram corpo para reforçar a participação e as discussões do tema proposto para o 10º Congresso.

Representando todos os movimentos sociais participantes do Congresso, Simone Leite, representante da Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde - ANEPS, ponderou que é preciso estimular o casamento entre os saberes científico e popular, para criar novos saberes que vão dar respostas mais significativas às demandas da sociedade.

O diálogo como forma de construção

A diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde, representando o Ministério da Saúde, Mônica Carvalho (assista ao vídeo), apontou diversos pontos que são necessários para resgatar e efetivar os princípios básicos que renovam constantemente o SUS. Entre eles, apontou a educação permanente, os espaços de articulação e a formação nos espaços dos serviços, como acontece no Ver-SUS, estágio de vivências no Sistema Único de Saúde. Ela destacou que o papel do Ministério deve ser de estimular e articular essas diferentes formas de transformação.

Paulo Gadelha, presidente da Fundação Oswaldo Cruz, lembrou de Victor Valla, para falar da arte de  unir, envolver, dar voz como forma de construir uma melhor gestão aos serviços primando pelo diálogo constante com a população e com os trabalhadores. E Ruth Riberio Bittencourt, membro do Conselho Nacional de Saúde, ressaltou a necessidade pela busca da qualidade da saúde passa pela participação, que deve trazer a educação e o trabalho para pensar formas de dialogar e construir coletivamente.

A homenagem à Victor Valla

Alcindo Ferla aproveitou a ocasião para apresentar que seguindo uma tradição do Congresso, o espaço desta edição vai ser nominado pela prefeitura como Território Victor Valla, para marcar o evento e homenagear o pesquisador emérito da Fundação Oswaldo Cruz, morto em 2009.

Valla foi responsável pela consolidação da relação entre Educação Popular e a Saúde e estimulou a reflexão sobre os modos de viver e produzir saberes das classes populares e suas relações diretas com a saúde. Sua obra é uma referência significativa para as práticas de gestão participativa, cuidado e promoção da saúde no SUS.

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