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Construindo um projeto de sociedade

por Rafael Cavadas última modificação 03/09/2011 11:59
Encontro Nordeste debate educação permanente, educação popular, movimentos sociais e participação no segundo dia de trabalho
Construindo um projeto de sociedade

(da esq. a dir) Vanderléia Daron, Vera Dantas, Reginaldo Chagas e Alcindo Ferla


A Política Nacional de Educação Permanente e seus diálogos com a educação popular foi um dos principais destaques do segundo dia de trabalho (02/9) do Encontro Regional Nordeste. Reunidos na Escola de Saúde Pública do Ceará, os participantes assistiram ao debate ‘Os desafios da participação em sua interface com a formação’ em que movimentos sociais e suas relações com o Ministério da Saúde, projeto VERSUS, e os conceitos de educação permanente e educação popular foram explorados a fim de amadurecer propostas para o eixo ‘Participação’ do 10º Congresso Internacional da Rede Unida.

A representante da Rede de Educação Popular e Saúde, ANEPS, ANEPOP, e GT de EPS Abrasco, Vera Dantas; a representante da Rede Unida, Maria Luiza Jaeger; o representante do Ministério da Saúde (MS), Reginaldo Chagas; e o coordenador nacional da Rede Unida, Alcindo Ferla foram os convidados da mesa de debate que contou ainda com Vanderléia Daron, do Grupo Hospitalar Conceição, como animadora.

Mais do que um debate sobre políticas públicas, o grupo reunido no auditório da ESPC estava interessado em discutir um projeto de sociedade e para tanto acolheu diferentes abordagens (dos convidados e da plateia) sobre como suscitar o protagonismo da participação no Sistema Único de Saúde. Em outras palavras, interessava ao grupo refletir como promover o diálogo entre os trabalhadores, os acadêmicos, os representantes de órgãos de governo e os movimentos sociais de forma ampla e não fragmentada.

Reginaldo Chagas foi um dos convidados que acentuou a necessidade de valorizar a troca e a interação de saberes entre trabalhadores e o SUS, entre acadêmicos e os movimentos sociais. E que tal interação pode ser alcançada por meio da educação popular quando esta é entendida como um processo metodológico que compreende o sujeito, seus aprendizados anteriores e suas realidades históricas.

Para o representante do MS, o processo formativo em educação popular prepara trabalhadores para a mobilização social – o que é fundamental para promover a educação em saúde. Sobre o tema, a diretora da Escola Politécnica em Saúde da Fiocruz, que estava na plateia, complementou: “A educação popular é aquela que demanda da população e não aquela que é designada para a população”, reforçando a perspectiva do protagonismo dos sujeitos.

Ao falar sobre a educação do trabalhador da saúde, Alcindo Ferla frisou que se trata de uma questão singular para a Rede Unida e que deve ser entendida como um compromisso ético, político e de comunicação que deve pertencer ao cotidiano de trabalho e não à tomada de decisão de gestores. O coordenador da Rede Unida ainda ponderou sobre a capacidade da educação permanente em propor diálogos e dispositivos para não cristalizar o modelo de gestão do SUS, para contribuir à criação de uma agenda que viabilize o protagonismo da participação, e para fugir da visão de reciclagem profissional (frequente na iniciativa privada).

Ao refletir sobre os desafios da educação dos trabalhadores nos anos dois mil, Maria Luiza Jaeger foi enfática ao afirmar que “saúde se faz com gente e o trabalhador é fundamental para o SUS”. E, por isso, ela considera imprescindível rever os processos de formação e respeitar a educação popular para que “desde as Calungas (comunidade de parteiras) até o Conselho Federal de Medicina, todos, possam formular propostas e participar enquanto sujeitos e não como observadores”.

Maria Luiza mencionou o projeto VERSUS como uma ação positiva do Ministério da Saúde e que deve será retomado no próximo ano. De acordo com o Departamento de Atenção à Saúde do MS, os estágios de vivências nos serviços de saúde devem começar a partir de janeiro de 2012 com a meta de envolver cinco mil estudantes de graduação. Ao termino de sua fala, Maria Luiza deixou como recado um pensamento do escritor paraibano Ariano Suassuna: “Nós temos o dever de corresponder à grandeza do nosso povo!” e a plateia terminou o debate cantando a música “É”, de Gonzaguinha (veja o vídeo).

 

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