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Encontro Sudeste debate o trabalho no século XXI
por Rafael Cavadas
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última modificação
28/05/2011 16:41
Professora da Federal do Espirito Santo define o ‘trabalho’ como uma atividade humana capaz de produzir subjetividades, de mobilizar pessoas, mas que pode adoecê-las também
A problematização do trabalho no século XXI foi o tema escolhido pela professora da Universidade Federal do Espírito Santo, Maria Elizabeth Barros de Barros, para a conferência de abertura do Encontro Regional Sudeste, dia 26/5, no Rio de Janeiro. Na explanação, Elizabeth convidou à plateia a refletir sobre a necessidade de compreender esta atividade humana chamada ‘trabalho’, intimamente ligada à formação de subjetividades e processos, às relações de poder e às políticas públicas. As doenças causadas pelo trabalho também foram abordadas pela a conferencista durante a abertura. O Encontro Regional Sudeste faz parte do cronograma de atividades de organização do 10º Congresso Internacional da Rede Unida, previsto para maio de 2012.
De acordo com Elizabeth, enquanto atividade humana, o trabalho define e redefine modos de construção de subjetividades a partir de planos de forças e de normas que regulam este processo. Para a conferencista, tal visão é fundamental para propor uma mudança de paradigma em que o trabalhador deixa de ser o centro da investigação e crítica, dando lugar aos dispositivos de gestão do trabalho, uma vez que estes, sim, podem impactar na subjetividade e saúde dos profissionais.
Além disso, Elizabeth ressalta que o trabalho no século XXI não pode ser compreendido por meio de visões polarizadas de silenciamento, dominação e violência (perspectiva escravista) ou resistência não propositiva (banalização). Para a conferencista, o trabalho é uma atividade humana relacionada à criatividade, a capacidade de mobilização e a relações de poder a serem equilibradas e desequilibradas também - ou seja, a serem negociadas. E quando há silenciamento, ou mesmo quando o trabalhador não consegue escoar sua criatividade, começam os desprazeres, a dor e o adoecimento.
Nas palavras da conferencista, a alternativa para o trabalho no século XXI é investir na afirmação dos processos de trabalho e em sua problematização, sendo necessário estar inserido no seu cotidiano, compreender suas relações de força, aceitar suas variabilidades e suportar as controvérsias.
