Por um SUS de verdade e igual para todos
Em reunião bastante descontraída, representantes de diversas entidades entregaram a agenda para o Ministro Alexandre Padilha
Na última sexta-feira, dia 05 de agosto, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu o documento da agenda estratégica, que resultou do trabalho de um conjunto de entidades para a proposição de ações e compromissos para melhorar o desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa foi desencadeada em audiência conjunta da Abrasco, da Rede Unida, do Cebes e da SBMFC com o Ministro Padilha, ainda no dia de sua posse no Ministério da Saúde, no dia 03 de janeiro passado.
Segundo o Presidente da Abrasco, Luiz Facchini, “entendemos que a saúde é desenvolvimento e precisa de um lugar central na agenda política do país. O momento agora é de esforço coletivo entre militantes, governantes, trabalhadores e da academia para pautar essa questão”.Para o Coordenador Nacional da Rede Unida, Alcindo Ferla, “O SUS de verdade e igual para todos só é possível com passos ainda mais largos de mudanças na formação das profissões da saúde, com o Ministério da Saúde tomando iniciativas fortes em relação às políticas de educação para o setor saúde e retomando a política de educação e desenvolvimento para o SUS, elaborada em 2003 e aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde e pela 12ª Conferência Nacional de Saúde”.
Alcindo Ferla lembrou da Carta de Belo Horizonte, no 6º Congresso da Rede Unida, realizado em 2005, onde uma posição formal da instituição destacava a importância das iniciativas no âmbito da gestão da educação e do trabalho na saúde desenvolvidas pelo Ministério. Também lembrou que a avaliação feita durante o 9º Congresso, realizado em Porto Alegre no ano de 2010, com a presença do então Ministro das Relações Institucionais e agora Ministro da Saúde, mostrou que iniciativas locais de mudança e de implantação da educação permanente em saúde se multiplicaram, demonstraram a importância e a centralidade da educação na implementação do SUS e na configuração de subjetividades profissionais voltadas para a integralidade da saúde e a capacidade de desenvolvimento local. “O SUS é uma grande escola e assim precisa ser compreendido pela área de educação dos governos”, destacou o coordenador nacional da Rede Unida.
O coordenador nacional da Rede Unida sugeriu ao Ministro um grande esforço para fortalecer a vinculação ao SUS das residências multiprofissionais e médica e ampliar a participação da sociedade civil nas Comissões Nacionais; para implementar já no início do próximo ano um grande projeto de Vivências e Estágios na Realidade do SUS (VERSUS) em iniciativas locorregionais inovadoras de atenção básica, de gestão participativa e de implementação de redes de atenção, ou seja, “onde o SUS está em implementação e que, portanto, tem o que ensinar aos novos profissionais”; de fomento à educação permanente no cotidiano do trabalho na saúde; de reforço às atividades de ensino em serviços do SUS. “A Rede Unida quer apoiar o Ministério nessas iniciativas, fortalecendo uma formação mais compatível com o SUS e a construção de uma militância e um desejo pelo nosso generoso sistema de saúde nos novos profissionais de saúde”, afirmou o dirigente da Rede.