A democracia é o caminho
Uma exaltação à democracia. Este foi o tom da cerimônia de abertura do 12º Congresso Internacional da Rede Unida (12CRU) que aconteceu na noite do primeiro dia do evento (21/03), na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), em Campo Grande (MS). A cerimônia contou com a presença de autoridades e de diferentes segmentos da sociedade, dentre eles, representantes de povos indígenas, da população LGBT, militantes da saúde, estudantes e professores dos cursos da saúde, que unidos em um auditório lotado clamaram pelo fortalecimento da democracia.
A abertura foi conduzida em tom de renovação das esperanças, de afirmação dos direitos e de valorização da vida, do respeito e da tolerância. Intercaladas com as atividades culturais, como a “Dança da Siputrema” do grupo de mulheres guerreiras da etnia guarani kaiowa, as falas de boas-vindas evidenciaram o que estava por vir: um debate sobre a afirmação das diferenças e da pluralidade para reduzir as desigualdades.
Em sua fala, o Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde (SGTES/MS), Heider Pinto, convidado da mesa de abertura, refletiu sobre a importância de se discutir a democracia junto a ações práticas. “Aqui se defende a diversidade. E se pratica! Aqui se defende a alteridade e a produção de vida. E se pratica! É só olhar a abertura do evento, as pessoas que participam de várias rodas, távolas, tendas, que a gente percebe essa coerência do porquê temos que, não só defender e almejar isso para a sociedade, como também praticar desde o aqui e agora. ” – alertou o secretário ao defender que “em tempos de ódio, amar é revolucionário”.
O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald Ferreira dos Santos, também estava na mesa de abertura e instigou a plateia a aproveitar o Congresso da Rede Unida com o intuito de formular um conjunto de proposições para o enfrentamento da onda do retrocesso e daqueles que considera “propagandistas do ódio” que não conseguem perceber o relevo das diferenças.
Ao apresentar o tema “Diferença sim, desigualdade não: pluralidade na invenção da vida”, a presidente do 12CRU, Vera Kodjaoglanian, deu um panorama do Congresso: “São 16 países além do Brasil. Três mil trabalhos aprovados e enviados por diversos estudantes, professores, pesquisadores e movimentos sociais, tanto do Brasil quanto de diversos outros países. 187 rodas de conversa. 110 távolas com temas de maior relevância. 45 oficinas de trabalho de formação e de produto. 9 seminários nacionais e 7 fóruns internacionais. Tenda Saúde Fazendo Arte. Tenda Paulo Freire e 450 monitores e estudantes contribuindo para a realização do congresso, provenientes de quase todos os estados da federação brasileira.”
A cerimônia contou também com a conferência do professor e cientista político da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida. Reconhecido pela larga experiência nas áreas de Ciência Política e Relações Internacionais, o professor promoveu o debate na temática “Democracia: diferença sim, desigualdade não. Redes, educação, saúde e luta”.